Centenário da República
100 anos de República Portuguesa (1910 - 2010)
Cavaco Silva (desde 2006)
Aníbal Cavaco Silva
Nasceu a 15 de Julho de 1939, em Boliqueime, Loulé (Algarve), filho de Teodoro Gonçalves da Silva e de Maria do Nascimento Cavaco, dedicando-se o pai à exploração de frutos secos e ao comércio de combustíveis.
Tomou posse como 19º Presidente da República Portuguesa em 9 de Março de 2006.
Fora eleito, à primeira volta, no escrutínio presidencial de 22 de Janeiro, ao qual se apresentou com uma candidatura pessoal e independente.
Único líder partidário a conquistar duas maiorias absolutas consecutivas, o que o tornou no Primeiro-Ministro português que mais tempo permaneceu em funções em democracia (1985-1995), Cavaco Silva deixou, nos seus mandatos como governante, uma marca de determinação e firmeza na aplicação de um vasto conjunto de reformas estruturais, que promoveram a democratização e a liberalização da sociedade e da economia portuguesas.
Aníbal Cavaco Silva é licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, Lisboa, e doutorado em Economia pela Universidade de York, Reino Unido. Foi docente do ISCEF, Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e, quando foi eleito Presidente da República, era Professor Catedrático na Universidade Católica Portuguesa.
É casado com Maria Alves da Silva Cavaco Silva. O casal tem dois filhos e cinco netos.
Jorge Sampaio (1996 - 2006)
Jorge Fernando Branco de Sampaio
Nasceu em Lisboa, em 18 de Setembro de 1939, filho de Arnaldo Sampaio, médico, especialista em Saúde Pública, e de Fernanda Bensaude Branco de Sampaio, professora particular de inglês.
Nasceu em Lisboa, em 18 de Setembro de 1939, filho de Arnaldo Sampaio, médico, especialista em Saúde Pública, e de Fernanda Bensaude Branco de Sampaio, professora particular de inglês.
É casado com Maria José Ritta e tem dois filhos, Vera e André.
Desde a infância, fez estudos musicais e, por imperativo da carreira do pai, passou largo tempo nos EUA e na Inglaterra, experiência que o marcou muito. Frequentou os estudos secundários nos liceus Pedro Nunes e Passos Manuel.
Em 1961, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Na Universidade, desenvolveu uma relevante actividade académica, iniciando, assim, uma persistente acção política de oposição à Ditadura. Foi eleito Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito, em 1960-61, e Secretário-Geral da Reunião Inter Associações Académicas (RIA), em 1961-62. Nessa qualidade, é um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, a qual esteve na origem de um longo e generalizado movimento de contestação estudantil, que durou até ao 25 de Abril de 1974, e que abalou profundamente o Regime.
Deu, entretanto, início a uma intensa carreira de advogado, que se estendeu por todos os ramos de Direito, tendo desempenhado também funções directivas na Ordem dos Advogados. Teve um papel de relevo na defesa de presos políticos, no Tribunal Plenário de Lisboa.
Prosseguindo a sua acção como opositor à Ditadura, candidatou-se, em 1969, às eleições para a Assembleia Nacional, integrando as listas da CDE. Desenvolve uma constante actividade política e intelectual, participando nos movimentos de resistência e na afirmação de uma alternativa democrática de matriz socialista, aberta aos novos horizontes do pensamento político europeu.
Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, é um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES), do qual se desvincula, todavia, logo no congresso fundador em Dezembro do mesmo ano, por discordância de fundo com a orientação ideológica aí definida.
Desempenha, nos anos da Revolução, um importante papel no diálogo com a ala moderada do MFA, sendo um activo apoiante das posições do “Grupo dos Nove”. Em Março de 1975, é nomeado Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório.
Ainda em 1975, funda a “Intervenção Socialista”, grupo constituído por políticos e intelectuais, que viriam a desempenhar funções de relevo na vida pública, e que desenvolveu um significativo trabalho de reflexão e renovação política.
Em 1978, Jorge Sampaio adere ao partido Socialista. Em 1979, é eleito deputado à Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa, e passa a integrar o Secretariado Nacional do PS.
De 1979 a 1984, é membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, realizando aí um importante trabalho na defesa dos Direitos Fundamentais e contribuindo para uma aplicação mais dinâmica dos princípios contidos na Convenção Europeia dos Direitos do Homem. É reeleito deputado à Assembleia da República, em 1980, 1985, 1987 e 1991. Em 1987/88 é Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tendo assumido, em 1986-87, a responsabilidade das Relações Internacionais do PS. Foi ainda co-Presidente do “Comité África” da Internacional Socialista.
No ano de 1989, é eleito Secretário-Geral do Partido Socialista, cargo que exerce até 1991, e é designado, pela Assembleia da República, como membro do Conselho de Estado.
Em 1989, decide concorrer à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, cargo para o qual é, então, eleito e depois reeleito, em 1993. Esta candidatura assumiu, na altura, um grande significado político e contribuiu para dar às eleições autárquicas um relevo nacional. Como Presidente da Câmara de Lisboa e à frente de uma equipa, afirmou uma visão estratégica, com recurso a novas concepções e métodos de planeamento, gestão, integração e desenvolvimento urbanístico.
De 1990 a 1995, exerce a Presidência da União das Cidades de Língua Portuguesa (UCCLA), sendo eleito Vice-Presidente da União das Cidades Ibero-Americanas, em 1990. Foi também eleito Presidente do Movimento das Eurocidades (1990) e Presidente da Federação Mundial das Cidades Unidas (1992).
Em 1995, Jorge Sampaio apresenta a sua candidatura às eleições presidenciais. Recebe o apoio de inúmeras personalidades, independentes e de outras áreas políticas, com destaque na vida política, cultural, económica e social, e do Partido Socialista. Em 14 de Janeiro de 1996, é eleito, à primeira volta. Foi investido no cargo de Presidente da República, no dia 9 de Março de 1996, prestando juramento solene. Cumpriu o seu primeiro mandato exercendo uma magistratura de iniciativa na linha do seu compromisso eleitoral. Apresentou-se de novo e voltou a ser eleito à primeira volta, em 14 de Janeiro de 2001, para um novo mandato.
Jorge Sampaio manteve, ao longo dos anos, uma constante intervenção político-cultural, nomeadamente através da presença assídua em jornais e revistas (Seara Nova, O Tempo e o Modo, República, Jornal Novo, Opção, Expresso, O Jornal, Diário de Notícias e Público, entre outros).
Foi agraciado com várias condecorações e tem recebido diversas distinções nacionais e estrangeiras.
Desde a infância, fez estudos musicais e, por imperativo da carreira do pai, passou largo tempo nos EUA e na Inglaterra, experiência que o marcou muito. Frequentou os estudos secundários nos liceus Pedro Nunes e Passos Manuel.
Em 1961, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Na Universidade, desenvolveu uma relevante actividade académica, iniciando, assim, uma persistente acção política de oposição à Ditadura. Foi eleito Presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito, em 1960-61, e Secretário-Geral da Reunião Inter Associações Académicas (RIA), em 1961-62. Nessa qualidade, é um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, a qual esteve na origem de um longo e generalizado movimento de contestação estudantil, que durou até ao 25 de Abril de 1974, e que abalou profundamente o Regime.
Deu, entretanto, início a uma intensa carreira de advogado, que se estendeu por todos os ramos de Direito, tendo desempenhado também funções directivas na Ordem dos Advogados. Teve um papel de relevo na defesa de presos políticos, no Tribunal Plenário de Lisboa.
Prosseguindo a sua acção como opositor à Ditadura, candidatou-se, em 1969, às eleições para a Assembleia Nacional, integrando as listas da CDE. Desenvolve uma constante actividade política e intelectual, participando nos movimentos de resistência e na afirmação de uma alternativa democrática de matriz socialista, aberta aos novos horizontes do pensamento político europeu.
Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, é um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES), do qual se desvincula, todavia, logo no congresso fundador em Dezembro do mesmo ano, por discordância de fundo com a orientação ideológica aí definida.
Desempenha, nos anos da Revolução, um importante papel no diálogo com a ala moderada do MFA, sendo um activo apoiante das posições do “Grupo dos Nove”. Em Março de 1975, é nomeado Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório.
Ainda em 1975, funda a “Intervenção Socialista”, grupo constituído por políticos e intelectuais, que viriam a desempenhar funções de relevo na vida pública, e que desenvolveu um significativo trabalho de reflexão e renovação política.
Em 1978, Jorge Sampaio adere ao partido Socialista. Em 1979, é eleito deputado à Assembleia da República, pelo círculo de Lisboa, e passa a integrar o Secretariado Nacional do PS.
De 1979 a 1984, é membro da Comissão Europeia dos Direitos do Homem no Conselho da Europa, realizando aí um importante trabalho na defesa dos Direitos Fundamentais e contribuindo para uma aplicação mais dinâmica dos princípios contidos na Convenção Europeia dos Direitos do Homem. É reeleito deputado à Assembleia da República, em 1980, 1985, 1987 e 1991. Em 1987/88 é Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tendo assumido, em 1986-87, a responsabilidade das Relações Internacionais do PS. Foi ainda co-Presidente do “Comité África” da Internacional Socialista.
No ano de 1989, é eleito Secretário-Geral do Partido Socialista, cargo que exerce até 1991, e é designado, pela Assembleia da República, como membro do Conselho de Estado.
Em 1989, decide concorrer à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, cargo para o qual é, então, eleito e depois reeleito, em 1993. Esta candidatura assumiu, na altura, um grande significado político e contribuiu para dar às eleições autárquicas um relevo nacional. Como Presidente da Câmara de Lisboa e à frente de uma equipa, afirmou uma visão estratégica, com recurso a novas concepções e métodos de planeamento, gestão, integração e desenvolvimento urbanístico.
De 1990 a 1995, exerce a Presidência da União das Cidades de Língua Portuguesa (UCCLA), sendo eleito Vice-Presidente da União das Cidades Ibero-Americanas, em 1990. Foi também eleito Presidente do Movimento das Eurocidades (1990) e Presidente da Federação Mundial das Cidades Unidas (1992).
Em 1995, Jorge Sampaio apresenta a sua candidatura às eleições presidenciais. Recebe o apoio de inúmeras personalidades, independentes e de outras áreas políticas, com destaque na vida política, cultural, económica e social, e do Partido Socialista. Em 14 de Janeiro de 1996, é eleito, à primeira volta. Foi investido no cargo de Presidente da República, no dia 9 de Março de 1996, prestando juramento solene. Cumpriu o seu primeiro mandato exercendo uma magistratura de iniciativa na linha do seu compromisso eleitoral. Apresentou-se de novo e voltou a ser eleito à primeira volta, em 14 de Janeiro de 2001, para um novo mandato.
Jorge Sampaio manteve, ao longo dos anos, uma constante intervenção político-cultural, nomeadamente através da presença assídua em jornais e revistas (Seara Nova, O Tempo e o Modo, República, Jornal Novo, Opção, Expresso, O Jornal, Diário de Notícias e Público, entre outros).
Foi agraciado com várias condecorações e tem recebido diversas distinções nacionais e estrangeiras.
Mário Soares (1986 - 1996)
Mário Alberto Nobre Lopes Soares
Nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1924.
Pais: João Lopes Soares (ministro das Colónias - 1925; proprietário do Colégio Moderno); Elisa Nobre Baptista.
Cônjuge: Maria de Jesus Barroso.
Formação: Colégio Moderno, 1935-1942; Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1942-1951 (licenciatura em Histórico-Filosóficas); Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1952-1957 (licenciatura em Direito).
CARREIRA
Profissão: advogado (desde 1957).
Cargos:Direcção Académica das Juventudes Comunistas de Lisboa (1944-45);presidente do MUD juvenil (Movimento de Unidade Democrática) (1945-1948); secretário do general Norton de Matos (1949);Comissão Central de Apoio a Humberto Delgado (1958);ASP (Acção Socialista portuguesa) (1964-1973); cabeça de lista da CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática)-Lisboa (1969);professor nas Universidades de Vincennes e Rennes (1970-1974);Secretário-geral do PS (Partido Socialista) (1973-1985); vice-presidente da Internacional Socialista (1974-1985); ministro dos Negócios Estrangeiros (I-II Governos Provisórios); ministro sem pasta (III-IV Governos Provisório, 1974-1975); primeiro-ministro (I e II Governos Constitucionais, 1976-1978 e IX Governo Constitucional, 1983-1985);presidente da Fundação Mário Soares e conselheiro de Estado (1996).
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
A 26.1.1986 na 1.ª volta das eleições presidenciais Mário Soares obtém 25,43% (1 443 683 votos), face aos 46,31% (2 629 597 votos) de Freitas do Amaral, 20,88% (1 185 867 votos) de Salgado Zenha e 7,38% (418 961 votos) de Lurdes Pintassilgo. Mário Soares é eleito (51,18% - 3 010 756 votos) à 2.ª volta a 16.2.1986, derrotando Freitas do Amaral (48,82% - 2 872 064 votos).
Foi reeleito a 13.1.1991 (70,35% - 3,459 521 votos). Os candidatos derrotados foram Basílio Horta (14,16% - 696.379 votos), Carlos Carvalhas (12,92% - 635 373 votos), e Carlos Marques (2,57% - 26 581 votos).
Foi Presidente da República de 9 de Março de 1986 a 9 de Março de 1996.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Com a saída da Presidência da República (Março de 1996), assumiu a presidência da fundação com o seu nome, que tem certas semelhanças com as bibliotecas presidenciais americanas.
Nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1924.
Pais: João Lopes Soares (ministro das Colónias - 1925; proprietário do Colégio Moderno); Elisa Nobre Baptista.
Cônjuge: Maria de Jesus Barroso.
Formação: Colégio Moderno, 1935-1942; Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1942-1951 (licenciatura em Histórico-Filosóficas); Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1952-1957 (licenciatura em Direito).
CARREIRA
Profissão: advogado (desde 1957).
Cargos:Direcção Académica das Juventudes Comunistas de Lisboa (1944-45);presidente do MUD juvenil (Movimento de Unidade Democrática) (1945-1948); secretário do general Norton de Matos (1949);Comissão Central de Apoio a Humberto Delgado (1958);ASP (Acção Socialista portuguesa) (1964-1973); cabeça de lista da CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática)-Lisboa (1969);professor nas Universidades de Vincennes e Rennes (1970-1974);Secretário-geral do PS (Partido Socialista) (1973-1985); vice-presidente da Internacional Socialista (1974-1985); ministro dos Negócios Estrangeiros (I-II Governos Provisórios); ministro sem pasta (III-IV Governos Provisório, 1974-1975); primeiro-ministro (I e II Governos Constitucionais, 1976-1978 e IX Governo Constitucional, 1983-1985);presidente da Fundação Mário Soares e conselheiro de Estado (1996).
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
A 26.1.1986 na 1.ª volta das eleições presidenciais Mário Soares obtém 25,43% (1 443 683 votos), face aos 46,31% (2 629 597 votos) de Freitas do Amaral, 20,88% (1 185 867 votos) de Salgado Zenha e 7,38% (418 961 votos) de Lurdes Pintassilgo. Mário Soares é eleito (51,18% - 3 010 756 votos) à 2.ª volta a 16.2.1986, derrotando Freitas do Amaral (48,82% - 2 872 064 votos).
Foi reeleito a 13.1.1991 (70,35% - 3,459 521 votos). Os candidatos derrotados foram Basílio Horta (14,16% - 696.379 votos), Carlos Carvalhas (12,92% - 635 373 votos), e Carlos Marques (2,57% - 26 581 votos).
Foi Presidente da República de 9 de Março de 1986 a 9 de Março de 1996.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Com a saída da Presidência da República (Março de 1996), assumiu a presidência da fundação com o seu nome, que tem certas semelhanças com as bibliotecas presidenciais americanas.
Ramalho Eanes (1976 - 1986)
António dos Santos Ramalho Eanes
Nasceu em Alcains a 25 de Janeiro de 1935.
Pais: Manuel dos Santos Eanes (empreiteiro e proprietário); Maria do Rosário Ramalho.
Cônjuge: Maria Manuela Duarte Neto de Portugal Eanes.
CARREIRA
Profissão: Oficial de Infantaria - alferes (1957); tenente (1959); capitão (1961); graduado a major (1970); major (1973); tenente-coronel (1974); coronel (1976); graduado general (1975) e general (1976).
Funções: Comissões de Serviço: Índia (1958-1960); Macau (1962); Moçambique (1964, 1966-1968); Guiné (1969-1971); Angola (1971-Abril de 1974); Comissão ad-hoc para os Meios de Comunicação Social (30.4.1974); presidente da Administração da RTP (Radiotelevisão Portuguesa) (Outubro de 1974 a 11.3.1975); chefe do Estado-Maior do Exército (6.12.1975 a Fevereiro, 1976); chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (Julho de 1976 - Janeiro de 1981); presidente do PRD (Partido Renovador Democrático) (19.8.1986 a 5.8.1987); eleito deputado à Assembleia da República (19.07.1987); conselheiro de Estado (desde 18.3.1986).
Actualmente, é por inerência (como todos os Presidentes, que tenham já cumprido os seus mandatos, e tenham sido eleitos na vigência da actual Constituição) conselheiro de Estado vitalício.
Nasceu em Alcains a 25 de Janeiro de 1935.
Pais: Manuel dos Santos Eanes (empreiteiro e proprietário); Maria do Rosário Ramalho.
Cônjuge: Maria Manuela Duarte Neto de Portugal Eanes.
CARREIRA
Profissão: Oficial de Infantaria - alferes (1957); tenente (1959); capitão (1961); graduado a major (1970); major (1973); tenente-coronel (1974); coronel (1976); graduado general (1975) e general (1976).
Funções: Comissões de Serviço: Índia (1958-1960); Macau (1962); Moçambique (1964, 1966-1968); Guiné (1969-1971); Angola (1971-Abril de 1974); Comissão ad-hoc para os Meios de Comunicação Social (30.4.1974); presidente da Administração da RTP (Radiotelevisão Portuguesa) (Outubro de 1974 a 11.3.1975); chefe do Estado-Maior do Exército (6.12.1975 a Fevereiro, 1976); chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (Julho de 1976 - Janeiro de 1981); presidente do PRD (Partido Renovador Democrático) (19.8.1986 a 5.8.1987); eleito deputado à Assembleia da República (19.07.1987); conselheiro de Estado (desde 18.3.1986).
Actualmente, é por inerência (como todos os Presidentes, que tenham já cumprido os seus mandatos, e tenham sido eleitos na vigência da actual Constituição) conselheiro de Estado vitalício.
Costa Gomes (1974 - 1976)
Francisco Costa Gomes
Nasceu em Chaves a 30 de Junho de 1914, tendo falecido em 31 de Julho de 2001.
Filho de António José Gomes e de Idalina Júlia Moreira da Costa. Seus pais eram de origem camponesa com posses medianas. O pai, capitão do Exército, morre quando o filho tinha apenas 7 anos.
Casou com Estela da Costa Gomes em 1952. Do seu casamento tem apenas um filho.
CARREIRA ACADÉMICA
Frequentou o Colégio Militar de 1925 a 1931.
Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade do Porto, em 1944 com distinção.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Sempre negou ser um político. Sempre se afirmou um militar.
Após a sua saída da Presidência da República, trabalhou no seio do Conselho Mundial da Paz, do qual foi vice-presidente e presidente do Comité Português.
Todas as suas atitudes, no entanto, apesar de estarem dentro do campo militar ou relacionadas com ele, foram sempre políticas.
Nasceu em Chaves a 30 de Junho de 1914, tendo falecido em 31 de Julho de 2001.
Filho de António José Gomes e de Idalina Júlia Moreira da Costa. Seus pais eram de origem camponesa com posses medianas. O pai, capitão do Exército, morre quando o filho tinha apenas 7 anos.
Casou com Estela da Costa Gomes em 1952. Do seu casamento tem apenas um filho.
CARREIRA ACADÉMICA
Frequentou o Colégio Militar de 1925 a 1931.
Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade do Porto, em 1944 com distinção.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Sempre negou ser um político. Sempre se afirmou um militar.
Após a sua saída da Presidência da República, trabalhou no seio do Conselho Mundial da Paz, do qual foi vice-presidente e presidente do Comité Português.
Todas as suas atitudes, no entanto, apesar de estarem dentro do campo militar ou relacionadas com ele, foram sempre políticas.
António de Spinola (1974 - 1974)
António Sebastião Ribeiro de Spinola
Nasceu a 11 de Abril de 1910, em Estremoz, no Alto Alentejo, e faleceu em Lisboa a 13 de Agosto de 1996.
Filho de António Sebastião de Spínola e de Maria Gabriela Alves Ribeiro de Spínola. Filho de uma família abastada: seu pai foi inspector-geral de Finanças e chefe de gabinete de Salazar no Ministério das Finanças.
Casou, em 1932, com Maria Helena Martin Monteiro de Barros.
CARREIRA ACADÉMICA
Em 1920, ingressa no Colégio Militar, em Lisboa, para fazer o ensino secundário que conclui em 1928.
Em 1928, frequenta a Escola Politécnica de Lisboa.
O marechal António de Spínola ficará para a nossa história como o símbolo da transição dos regimes autoritários de Salazar e Caetano para a democracia pluralista, era a opinião do embaixador Nunes Barata que privou com ele de perto. Uma verdade que não deixa dúvidas.
Admirado por uns, odiado por outros, acabou por ser considerado um bom militar mas um mau político.
Homem do Exército, fez a maior parte do seu percurso militar durante a vigência do Estado Novo.
Ocupou a Presidência da República a 15 de Maio de 1974, cargo que exerceu até 30 de Setembro de 1974, altura em que renuncia e é substituído pelo general Costa Gomes.
Nasceu a 11 de Abril de 1910, em Estremoz, no Alto Alentejo, e faleceu em Lisboa a 13 de Agosto de 1996.
Filho de António Sebastião de Spínola e de Maria Gabriela Alves Ribeiro de Spínola. Filho de uma família abastada: seu pai foi inspector-geral de Finanças e chefe de gabinete de Salazar no Ministério das Finanças.
Casou, em 1932, com Maria Helena Martin Monteiro de Barros.
CARREIRA ACADÉMICA
Em 1920, ingressa no Colégio Militar, em Lisboa, para fazer o ensino secundário que conclui em 1928.
Em 1928, frequenta a Escola Politécnica de Lisboa.
O marechal António de Spínola ficará para a nossa história como o símbolo da transição dos regimes autoritários de Salazar e Caetano para a democracia pluralista, era a opinião do embaixador Nunes Barata que privou com ele de perto. Uma verdade que não deixa dúvidas.
Admirado por uns, odiado por outros, acabou por ser considerado um bom militar mas um mau político.
Homem do Exército, fez a maior parte do seu percurso militar durante a vigência do Estado Novo.
Ocupou a Presidência da República a 15 de Maio de 1974, cargo que exerceu até 30 de Setembro de 1974, altura em que renuncia e é substituído pelo general Costa Gomes.
Américo Tomás (1958 - 1974)
Américo de Deus Rodrigues Tomás
Nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro de 1894, e faleceu a 18 de Setembro de 1987, em Cascais.
Filho de António Rodrigues Tomás e de Maria da Assumpção Marques Tomás.
Casou, em 1922, com Gertrudes Rodrigues. Do casamento teve duas filhas.
CARREIRA ACADÉMICA
Ingressou no Liceu da Lapa, em 1904, e concluiu a sua formação secundária em 1911. Frequentou a Faculdade de Ciências durante dois anos, entre 1912 e 1914.
Exerceu os mandatos presidenciais durante a conturbada década de 60 e início dos anos 70.
Uma só situação o obrigou a agir e a ter que fazer uso das suas prerrogativas presidenciais: tratou-se da substituição de Oliveira Salazar e a indicação, para o seu lugar, de Marcelo Caetano.
A escolha de Marcelo Caetano nunca foi muito de seu agrado. O novo Presidente do Conselho era demasiado reformista. A preocupação com o futuro do Ultramar e a sua manutenção era algo que reportava de fundamental e tinha a consciência que dessa manutenção dependeria a sobrevivência do regime. Por isso, obrigou Marcelo Caetano a estabelecer um compromisso: o de não colocar a política ultramarina em causa.
Com o 25 de Abril de 1974 é demitido do cargo e expulso da Armada, preso e conduzido à ilha da Madeira parte depois para o exílio no Brasil.
Regressou a Portugal por consentimento do então Presidente da República general Ramalho Eanes, em 1980, uma vez que nunca lhe tinha sido instituído nenhum processo-crime. Apesar de ter solicitado o seu reingresso na Armada, tal nunca lhe foi concedido.
Nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro de 1894, e faleceu a 18 de Setembro de 1987, em Cascais.
Filho de António Rodrigues Tomás e de Maria da Assumpção Marques Tomás.
Casou, em 1922, com Gertrudes Rodrigues. Do casamento teve duas filhas.
CARREIRA ACADÉMICA
Ingressou no Liceu da Lapa, em 1904, e concluiu a sua formação secundária em 1911. Frequentou a Faculdade de Ciências durante dois anos, entre 1912 e 1914.
Exerceu os mandatos presidenciais durante a conturbada década de 60 e início dos anos 70.
Uma só situação o obrigou a agir e a ter que fazer uso das suas prerrogativas presidenciais: tratou-se da substituição de Oliveira Salazar e a indicação, para o seu lugar, de Marcelo Caetano.
A escolha de Marcelo Caetano nunca foi muito de seu agrado. O novo Presidente do Conselho era demasiado reformista. A preocupação com o futuro do Ultramar e a sua manutenção era algo que reportava de fundamental e tinha a consciência que dessa manutenção dependeria a sobrevivência do regime. Por isso, obrigou Marcelo Caetano a estabelecer um compromisso: o de não colocar a política ultramarina em causa.
Com o 25 de Abril de 1974 é demitido do cargo e expulso da Armada, preso e conduzido à ilha da Madeira parte depois para o exílio no Brasil.
Regressou a Portugal por consentimento do então Presidente da República general Ramalho Eanes, em 1980, uma vez que nunca lhe tinha sido instituído nenhum processo-crime. Apesar de ter solicitado o seu reingresso na Armada, tal nunca lhe foi concedido.
Craveiro Lopes (1951 - 1958)
Francisco Higino Craveiro Lopes
Nasceu em Lisboa a 12 de Abril de 1894, e faleceu também em Lisboa a 2 de Setembro de 1964.
Filho de João Carlos Craveiro Lopes e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes. Uma família de tradição militar. O pai foi combatente na Flandres e prisioneiro em La Lys, durante a I Grande Guerra, militar do regime do Estado Novo, exerceu funções de governador-geral da Índia e de comandante da l.ª Região Militar. Casou com Berta Ribeiro Artur. Do casamento teve quatro filhos.
CARREIRA ACADÉMICA
Frequentou e concluiu o Colégio Militar a 23 de Julho de 1911. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa.
Em 1945, é promovido a brigadeiro. Em 1949, é promovido a general. Em 1951, é nomeado comandante da 3.ª Região Militar, cargo que acumula com as funções docentes no Instituto de Altos Estudos Militares. A 21 de Julho de 1951, é eleito para a Presidência da República.
O seu mandato terminou em Julho de 1958, apesar de ter intenção de se recandidatar. No entanto, a União Nacional apoia Américo Tomás.
O ano de 1958 chegou. As eleições presidenciais também, tal como previsto pela Constituição.
Craveiro Lopes ambicionava um segundo mandato e Humberto Delgado afirmaria mesmo que não concorreria se o Presidente o fizesse.
A União Nacional, no entanto, escolheu Américo Tomás. Craveiro Lopes é afastado.
Recebe a distinção do macharelato ainda em 1958. Uma forma de compensação? Talvez! Ou uma forma de exigir lealdade? De qualquer forma era distinção atribuída aos Presidentes da República. No entanto, o seu envolvimento na tentativa de golpe militar de 13 de Abril de 1961, é a manifestação concreta do seu inconformismo.
Nasceu em Lisboa a 12 de Abril de 1894, e faleceu também em Lisboa a 2 de Setembro de 1964.
Filho de João Carlos Craveiro Lopes e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes. Uma família de tradição militar. O pai foi combatente na Flandres e prisioneiro em La Lys, durante a I Grande Guerra, militar do regime do Estado Novo, exerceu funções de governador-geral da Índia e de comandante da l.ª Região Militar. Casou com Berta Ribeiro Artur. Do casamento teve quatro filhos.
CARREIRA ACADÉMICA
Frequentou e concluiu o Colégio Militar a 23 de Julho de 1911. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa.
Em 1945, é promovido a brigadeiro. Em 1949, é promovido a general. Em 1951, é nomeado comandante da 3.ª Região Militar, cargo que acumula com as funções docentes no Instituto de Altos Estudos Militares. A 21 de Julho de 1951, é eleito para a Presidência da República.
O seu mandato terminou em Julho de 1958, apesar de ter intenção de se recandidatar. No entanto, a União Nacional apoia Américo Tomás.
O ano de 1958 chegou. As eleições presidenciais também, tal como previsto pela Constituição.
Craveiro Lopes ambicionava um segundo mandato e Humberto Delgado afirmaria mesmo que não concorreria se o Presidente o fizesse.
A União Nacional, no entanto, escolheu Américo Tomás. Craveiro Lopes é afastado.
Recebe a distinção do macharelato ainda em 1958. Uma forma de compensação? Talvez! Ou uma forma de exigir lealdade? De qualquer forma era distinção atribuída aos Presidentes da República. No entanto, o seu envolvimento na tentativa de golpe militar de 13 de Abril de 1961, é a manifestação concreta do seu inconformismo.
Óscar Carmona (1926 - 1951)
António Óscar de Fragoso Carmona
Nasceu em Lisboa em 1869. Morreu em Lisboa, a 18 de Abril de 1951.
Pais: Inácio Maria Machado de Morais Carmona (general do Exército); Maria Inês de Fragoso Corte-Real.
Cônjuge: Maria do Carmo Ferreira da Silva.
Formação: Colégio Militar (1882-1888); Escola do Exército (1889-1892).
CARREIRA
Profissão: oficial de Cavalaria - aspirante (1892), alferes (1894), capitão (1910), major (1910), tenente-coronel (1916), coronel (1919), general (1922); marechal (1947).
Cargos: membro da Comissão de Reforma do Exército (1911); instrutor da Escola Central de Oficiais (1913-1914); director da Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas (1918-1922); comandante da IVª Divisão - Évora (1922-1925); ministro da Guerra (1923); presidente do Ministério (1926-1928); ministro dos Negócios Estrangeiros (1926).
Não conclui o seu quarto mandato, pois morreu no cargo, apenas dois anos após a sua eleição, tendo sido enterrado no Panteão Nacional em funeral oficial com toda a pompa. Tinha sido Presidente da República durante um quarto de século. É por isso o Presidente da República que mais tempo permaneceu em funções, e previsivelmente continuará a sê-lo, tendo em conta a actual legislação sobre o limite de mandatos sucessivos.
Nasceu em Lisboa em 1869. Morreu em Lisboa, a 18 de Abril de 1951.
Pais: Inácio Maria Machado de Morais Carmona (general do Exército); Maria Inês de Fragoso Corte-Real.
Cônjuge: Maria do Carmo Ferreira da Silva.
Formação: Colégio Militar (1882-1888); Escola do Exército (1889-1892).
CARREIRA
Profissão: oficial de Cavalaria - aspirante (1892), alferes (1894), capitão (1910), major (1910), tenente-coronel (1916), coronel (1919), general (1922); marechal (1947).
Cargos: membro da Comissão de Reforma do Exército (1911); instrutor da Escola Central de Oficiais (1913-1914); director da Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas (1918-1922); comandante da IVª Divisão - Évora (1922-1925); ministro da Guerra (1923); presidente do Ministério (1926-1928); ministro dos Negócios Estrangeiros (1926).
Não conclui o seu quarto mandato, pois morreu no cargo, apenas dois anos após a sua eleição, tendo sido enterrado no Panteão Nacional em funeral oficial com toda a pompa. Tinha sido Presidente da República durante um quarto de século. É por isso o Presidente da República que mais tempo permaneceu em funções, e previsivelmente continuará a sê-lo, tendo em conta a actual legislação sobre o limite de mandatos sucessivos.
Mendes Cabeçadas (1926 - 1926)
José Mendes Cabeçadas Júnior
Nasceu em Loulé a 19 de Agosto de 1883; morreu em Lisboa a 11 de Junho de 1965.
Oficial de Marinha. Maçon. Teve papel importante no 5 de Outubro de 1910, revoltando o Adamastor.
Deputado (1911 e 1915).
Aquando do 28 de Maio estava ligado há vários anos à oposição ao Partido Democrático, então no Governo. Chefia a conspiração em Lisboa. Obteve do Presidente Bernardino Machado a chefia do Governo (31.5.1926), assumindo também quase todas as pastas; e recebe, nesse mesmo dia, a renúncia deste à chefia do Estado, que passa a acumular, enquanto chefe do Ministério.
A sua perspectiva seria a de um golpe anti Ministério e anti Partido Democrático, reformista, mas que não poria em causa o essencial do regime constitucional vigente. O afastamento expedito (17.6.1926) deste aparente primeiro homem forte da Ditadura, que de facto nunca teve força para exercer minimamente os poderes - nomeadamente presidenciais - que supostamente tinha, e o triunfo a curto prazo de Carmona, marcaram a vitória da perspectiva republicana autoritária e conservadora.
Desde então, passou para as fileiras da oposição: esteve envolvido em conspirações militares (e.g. 1946 e 1947), e o seu último gesto político significativo foi ser um dos três primeiros subscritores do Programa para a Democratização da República (1961).
Nasceu em Loulé a 19 de Agosto de 1883; morreu em Lisboa a 11 de Junho de 1965.
Oficial de Marinha. Maçon. Teve papel importante no 5 de Outubro de 1910, revoltando o Adamastor.
Deputado (1911 e 1915).
Aquando do 28 de Maio estava ligado há vários anos à oposição ao Partido Democrático, então no Governo. Chefia a conspiração em Lisboa. Obteve do Presidente Bernardino Machado a chefia do Governo (31.5.1926), assumindo também quase todas as pastas; e recebe, nesse mesmo dia, a renúncia deste à chefia do Estado, que passa a acumular, enquanto chefe do Ministério.
A sua perspectiva seria a de um golpe anti Ministério e anti Partido Democrático, reformista, mas que não poria em causa o essencial do regime constitucional vigente. O afastamento expedito (17.6.1926) deste aparente primeiro homem forte da Ditadura, que de facto nunca teve força para exercer minimamente os poderes - nomeadamente presidenciais - que supostamente tinha, e o triunfo a curto prazo de Carmona, marcaram a vitória da perspectiva republicana autoritária e conservadora.
Desde então, passou para as fileiras da oposição: esteve envolvido em conspirações militares (e.g. 1946 e 1947), e o seu último gesto político significativo foi ser um dos três primeiros subscritores do Programa para a Democratização da República (1961).
Gomes da Costa (1926 - 1926)
Manuel de Oliveira Gomes da Costa
Nasceu em Lisboa, a 14 de Janeiro de 1863. Morreu em 17 de Dezembro de 1929.
Oficial de cavalaria. Seu pai foi oficial subalterno de modesta origem camponesa. Tendo, por isso, tomado para si as palavras de um marechal de Napoleão: "O antepassado sou eu!" Típico militar colonial das campanhas de ocupação, marcado pela figura de Mouzinho. Até 1915, esteve quase ininterruptamente na Índia e em África - Moçambique, Angola, São Tomé. Aí conquistou o prestígio que a I República procurou utilizar, ao nomeá-lo comandante da lª divisão do CEP (Corpo Expedicionário Português). A campanha da Flandres, não beliscou, pelo contrário, reforçou esse prestígio. Como quase todos os africanistas, tinha pouca ou nenhuma simpatia pelo republicanismo e - imprudência típica nele - não fez segredo de que acreditava que se fosse ele a comandar as forças governamentais, outro teria sido o resultado do 4-5 de Outubro de 1910; também típico e generalizado o facto de não se ter demitido com a instauração da República, que, por sua vez, tem de contemporizar com estes oficiais prestigiosos. Mesmo quando no início dos anos 20 - parece que motivado por problemas financeiros, além de razões políticas e de temperamento - se envolve em conspirações, a solução preferida pelo Governo foi enviá-lo ao Ultramar, como inspector militar (1922-1924). De regresso à Metrópole, filia-se no Partido Republicano Radical, dirigido por Cunha Leal, de oposição de direita ao PRP (Partido Republicano Português)-Partido Democrático.
Convidado à última hora por Sinel de Cordes para chefiar o golpe que se preparava, foi bem sucedido, in extremis, a 28 de Maio de 1926, quando já contemplava a fuga e o exílio. Marcha então de Braga para Lisboa, onde entra triunfalmente, a cavalo, à frente das forças revoltosas (6.6.1926). Afasta Mendes Cabeçadas, assume deste a presidência do Ministério e, ainda que de forma não explícita, a chefia do Estado. No entanto, a sua passagem por ambas as posições (17.6 a 9.7.1926) foi pouco menos transitória que a do seu antecessor. Foi afastado por Carmona e Sinel de Cordes, devido à sua incapacidade para gerir os delicados equilíbrios da nova situação: tendo demitido Carmona e outros ministros (7.7.1926) e, perante a pressão de diversas unidades militares, recusado recuar, foi declarado deposto. Manteve, no entanto, o seu prestígio. Daí ter-lhe sido proposto afastar-se apenas da chefia do Governo, mas manter-se na Presidência da República, o que recusou. Foi então preso e deportado para os Açores (11.7.1926), para evitar que cristalizassem descontentamentos em torno de si. Ainda aí, Carmona fê-lo marechal - o que se repetirá com frequência entre os ex-presidentes militares. Autorizado a regressar - o que fez (Setembro de 1927) - quando a situação foi considerada suficientemente estabilizada; e para evitar o risco de que morresse - mártir - nos Açores. Segundo Salazar, manteve longas conversas com ele em 1928. Faleceu pobre e desiludido.
Nasceu em Lisboa, a 14 de Janeiro de 1863. Morreu em 17 de Dezembro de 1929.
Oficial de cavalaria. Seu pai foi oficial subalterno de modesta origem camponesa. Tendo, por isso, tomado para si as palavras de um marechal de Napoleão: "O antepassado sou eu!" Típico militar colonial das campanhas de ocupação, marcado pela figura de Mouzinho. Até 1915, esteve quase ininterruptamente na Índia e em África - Moçambique, Angola, São Tomé. Aí conquistou o prestígio que a I República procurou utilizar, ao nomeá-lo comandante da lª divisão do CEP (Corpo Expedicionário Português). A campanha da Flandres, não beliscou, pelo contrário, reforçou esse prestígio. Como quase todos os africanistas, tinha pouca ou nenhuma simpatia pelo republicanismo e - imprudência típica nele - não fez segredo de que acreditava que se fosse ele a comandar as forças governamentais, outro teria sido o resultado do 4-5 de Outubro de 1910; também típico e generalizado o facto de não se ter demitido com a instauração da República, que, por sua vez, tem de contemporizar com estes oficiais prestigiosos. Mesmo quando no início dos anos 20 - parece que motivado por problemas financeiros, além de razões políticas e de temperamento - se envolve em conspirações, a solução preferida pelo Governo foi enviá-lo ao Ultramar, como inspector militar (1922-1924). De regresso à Metrópole, filia-se no Partido Republicano Radical, dirigido por Cunha Leal, de oposição de direita ao PRP (Partido Republicano Português)-Partido Democrático.
Convidado à última hora por Sinel de Cordes para chefiar o golpe que se preparava, foi bem sucedido, in extremis, a 28 de Maio de 1926, quando já contemplava a fuga e o exílio. Marcha então de Braga para Lisboa, onde entra triunfalmente, a cavalo, à frente das forças revoltosas (6.6.1926). Afasta Mendes Cabeçadas, assume deste a presidência do Ministério e, ainda que de forma não explícita, a chefia do Estado. No entanto, a sua passagem por ambas as posições (17.6 a 9.7.1926) foi pouco menos transitória que a do seu antecessor. Foi afastado por Carmona e Sinel de Cordes, devido à sua incapacidade para gerir os delicados equilíbrios da nova situação: tendo demitido Carmona e outros ministros (7.7.1926) e, perante a pressão de diversas unidades militares, recusado recuar, foi declarado deposto. Manteve, no entanto, o seu prestígio. Daí ter-lhe sido proposto afastar-se apenas da chefia do Governo, mas manter-se na Presidência da República, o que recusou. Foi então preso e deportado para os Açores (11.7.1926), para evitar que cristalizassem descontentamentos em torno de si. Ainda aí, Carmona fê-lo marechal - o que se repetirá com frequência entre os ex-presidentes militares. Autorizado a regressar - o que fez (Setembro de 1927) - quando a situação foi considerada suficientemente estabilizada; e para evitar o risco de que morresse - mártir - nos Açores. Segundo Salazar, manteve longas conversas com ele em 1928. Faleceu pobre e desiludido.
Teixeira Gomes (1923 - 1925)
Manuel Teixeira Gomes
Nasceu a 27 de Maio de 1860, em Vila Nova de Portimão. Era filho de José Libânio Gomes e de Maria da Glória Teixeira Gomes.
Além de proprietário abastado, o pai dedicava-se ao comércio de frutos secos em larga escala, sendo um homem muito viajado, instruído em França, onde assistiu à revolução de 1848, advogava princípios republicanos, chegando a ser cônsul da Bélgica no Algarve.
Teixeira Gomes casou com Belmira das Neves, oriunda de famílias modestas de pescadores e tiveram duas filhas.
Morreu em 18 de Outubro de 1941, em Bougie, na Argélia.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Foi educado pelos pais até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga em Portimão, onde estuda o ensino básico.
Aos 10 anos, como era uso nas famílias abastadas da época, é enviado para o Seminário de Coimbra, tendo por condiscípulo José Relvas.
Aos 15 anos, matricula-se na Faculdade de Medicina daquela cidade. Desiste do curso, contrariando a vontade paterna, e instala-se em Lisboa onde frequenta a Biblioteca Nacional e se torna amigo de João de Deus e de Fialho de Almeida.
Após ter cumprido o serviço militar, vai viver para o Porto, onde acamarada com Sampaio Bruno, Basílio Teles, Soares dos Reis e outros. Com Joaquim Coimbra e Queirós Veloso publica o jornal de teatro Gil Vicente, colaborando no Primeiro de Janeiro e na Folha Nova.
Cansado da estúrdia, regressa a Portimão reconciliando-se com a família.
Entretanto, em 1891, o pai formara, com outros sócios, uma sociedade intitulada "Sindicato de Exportadores de Figos do Algarve", que durou três anos. Manuel foi encarregado de encontrar mercados na França, na Bélgica e na Holanda. Viaja então imenso, visita a Europa, demorando-se na Itália. Alarga o seu campo cultural, deambulando pela África do Norte e pela Ásia Menor.
Dissolvida a sociedade, pai e filho continuam o negócio agora por conta própria. Em breve, o êxito motiva o alargamento do mercado pelas novas áreas que, embora já reconhecidas anteriormente, isto é, Norte de África e Próximo Oriente, o obrigam a viajar nove meses por ano, regressando a Portugal só para estar presente durante a campanha do figo.
A partir de 1895, estabelece novos contactos com os meios literários de Lisboa. Por intermédio de Fialho de Almeida conhece Marcelino Mesquita, Gomes Leal e outros. Alfredo Mesquita, Luís Osório e António Nobre entusiasmam-no para a publicação da sua primeira obra O Inventário de Junho, que aparece a público em 1899.
Mais tranquilo, dispondo de mais tempo, pois a idade avançada de seu pai obriga-o a estadas maiores em Portimão, publica Cartas sem Moral Nenhuma e Agosto Azul, em 1904, Sabrina Freire, em 1905, Desenhos e Anedotas de João de Deus, em 1907 e Gente Singular,
em 1909.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Em 1931, instalou-se em Bougie, na Argélia, onde viveu os seus últimos dez anos. É desta localidade que continua a colaborar com o jornal O Diabo e com a revista Seara Nova.
Morreu, como já foi referido, em 18 de Outubro de 1941, no quarto número 13, do Hotel I'Étoile, e foi sepultado no cemitério de Bougie.
Em 16 de Outubro de 1950, a pedido da família, os seus restos mortais foram trasladados daquele último local, para o cemitério de Portimão, transportados a bordo do contra torpedeiro Dão.
Durante a cerimónia fúnebre, o antigo Presidente da República foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz das três Ordens Militares Portuguesas, a Legião de Honra e as mais altas condecorações inglesas.
Nasceu a 27 de Maio de 1860, em Vila Nova de Portimão. Era filho de José Libânio Gomes e de Maria da Glória Teixeira Gomes.
Além de proprietário abastado, o pai dedicava-se ao comércio de frutos secos em larga escala, sendo um homem muito viajado, instruído em França, onde assistiu à revolução de 1848, advogava princípios republicanos, chegando a ser cônsul da Bélgica no Algarve.
Teixeira Gomes casou com Belmira das Neves, oriunda de famílias modestas de pescadores e tiveram duas filhas.
Morreu em 18 de Outubro de 1941, em Bougie, na Argélia.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Foi educado pelos pais até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga em Portimão, onde estuda o ensino básico.
Aos 10 anos, como era uso nas famílias abastadas da época, é enviado para o Seminário de Coimbra, tendo por condiscípulo José Relvas.
Aos 15 anos, matricula-se na Faculdade de Medicina daquela cidade. Desiste do curso, contrariando a vontade paterna, e instala-se em Lisboa onde frequenta a Biblioteca Nacional e se torna amigo de João de Deus e de Fialho de Almeida.
Após ter cumprido o serviço militar, vai viver para o Porto, onde acamarada com Sampaio Bruno, Basílio Teles, Soares dos Reis e outros. Com Joaquim Coimbra e Queirós Veloso publica o jornal de teatro Gil Vicente, colaborando no Primeiro de Janeiro e na Folha Nova.
Cansado da estúrdia, regressa a Portimão reconciliando-se com a família.
Entretanto, em 1891, o pai formara, com outros sócios, uma sociedade intitulada "Sindicato de Exportadores de Figos do Algarve", que durou três anos. Manuel foi encarregado de encontrar mercados na França, na Bélgica e na Holanda. Viaja então imenso, visita a Europa, demorando-se na Itália. Alarga o seu campo cultural, deambulando pela África do Norte e pela Ásia Menor.
Dissolvida a sociedade, pai e filho continuam o negócio agora por conta própria. Em breve, o êxito motiva o alargamento do mercado pelas novas áreas que, embora já reconhecidas anteriormente, isto é, Norte de África e Próximo Oriente, o obrigam a viajar nove meses por ano, regressando a Portugal só para estar presente durante a campanha do figo.
A partir de 1895, estabelece novos contactos com os meios literários de Lisboa. Por intermédio de Fialho de Almeida conhece Marcelino Mesquita, Gomes Leal e outros. Alfredo Mesquita, Luís Osório e António Nobre entusiasmam-no para a publicação da sua primeira obra O Inventário de Junho, que aparece a público em 1899.
Mais tranquilo, dispondo de mais tempo, pois a idade avançada de seu pai obriga-o a estadas maiores em Portimão, publica Cartas sem Moral Nenhuma e Agosto Azul, em 1904, Sabrina Freire, em 1905, Desenhos e Anedotas de João de Deus, em 1907 e Gente Singular,
em 1909.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Em 1931, instalou-se em Bougie, na Argélia, onde viveu os seus últimos dez anos. É desta localidade que continua a colaborar com o jornal O Diabo e com a revista Seara Nova.
Morreu, como já foi referido, em 18 de Outubro de 1941, no quarto número 13, do Hotel I'Étoile, e foi sepultado no cemitério de Bougie.
Em 16 de Outubro de 1950, a pedido da família, os seus restos mortais foram trasladados daquele último local, para o cemitério de Portimão, transportados a bordo do contra torpedeiro Dão.
Durante a cerimónia fúnebre, o antigo Presidente da República foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz das três Ordens Militares Portuguesas, a Legião de Honra e as mais altas condecorações inglesas.
António José de Almeida (1919 - 1923)
António José de Almeida
Nasceu a 27 de Julho de 1866, em Vale da Vinha, concelho de Penacova.
Em Dezembro de 1910, casou com D. Maria Joana Queiroga de Almeida de quem teve uma filha.
Faleceu em Lisboa em 31 de Outubro de 1929.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Estudou em Coimbra e formou-se em Medicina, em 1895, pela Universidade daquela cidade com a classificação de distinto com 15 valores.
Apesar dos resultados obtidos, deparou com a proibição de exercer o magistério, devido ao lente da Faculdade, Lopes Vieira, já ter proposto ao Conselho daquele estabelecimento de ensino que o estudante António José fosse impedido de o fazer. A denúncia do conservadorismo dos professores, publicada nas 200 páginas da Desforra, não conseguiu alterar a decisão.
Em 1896, parte para Angola e, após curta estada, estabelece-se em São Tomé, onde exerce a profissão de médico, durante sete anos. Paralelamente, promove a Associação Pró-Pátria destinada a ajudar a repatriação dos colonos europeus.
Regressa a Lisboa em 22 de Julho de 1903. Viaja por França, estagiando em várias clínicas de Paris.
De regresso a Portugal monta consultório na Rua do Ouro, mudando-se depois para a Praça de Camões, 6, 1.º, onde adquire a auréola de médico dos pobres. Muito embora continue a exercer esta actividade é na política que vai adquirir maior notoriedade.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após ter sido substituído no cargo por Manuel Teixeira Gomes em 5 de Outubro de 1923, continuou a colaborar no jornal República.
Atacado de gota, passa os últimos anos numa cadeira de rodas, vindo a falecer em 31 de Outubro de 1929, não chegando a tomar posse do cargo de grão-mestre da Maçonaria, para que tinha sido eleito.
Em sua memória, foi-lhe erigido um monumento em Lisboa da autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro.
Nasceu a 27 de Julho de 1866, em Vale da Vinha, concelho de Penacova.
Em Dezembro de 1910, casou com D. Maria Joana Queiroga de Almeida de quem teve uma filha.
Faleceu em Lisboa em 31 de Outubro de 1929.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Estudou em Coimbra e formou-se em Medicina, em 1895, pela Universidade daquela cidade com a classificação de distinto com 15 valores.
Apesar dos resultados obtidos, deparou com a proibição de exercer o magistério, devido ao lente da Faculdade, Lopes Vieira, já ter proposto ao Conselho daquele estabelecimento de ensino que o estudante António José fosse impedido de o fazer. A denúncia do conservadorismo dos professores, publicada nas 200 páginas da Desforra, não conseguiu alterar a decisão.
Em 1896, parte para Angola e, após curta estada, estabelece-se em São Tomé, onde exerce a profissão de médico, durante sete anos. Paralelamente, promove a Associação Pró-Pátria destinada a ajudar a repatriação dos colonos europeus.
Regressa a Lisboa em 22 de Julho de 1903. Viaja por França, estagiando em várias clínicas de Paris.
De regresso a Portugal monta consultório na Rua do Ouro, mudando-se depois para a Praça de Camões, 6, 1.º, onde adquire a auréola de médico dos pobres. Muito embora continue a exercer esta actividade é na política que vai adquirir maior notoriedade.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após ter sido substituído no cargo por Manuel Teixeira Gomes em 5 de Outubro de 1923, continuou a colaborar no jornal República.
Atacado de gota, passa os últimos anos numa cadeira de rodas, vindo a falecer em 31 de Outubro de 1929, não chegando a tomar posse do cargo de grão-mestre da Maçonaria, para que tinha sido eleito.
Em sua memória, foi-lhe erigido um monumento em Lisboa da autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro.
Canto e Castro (1918 - 1919)
João do Canto e Castro Silva Antunes
Nasceu em Lisboa, filho do general José Ricardo da Costa Silva Antunes e de D. Maria da
Conceição do Canto e Castro Mascarenhas Valdez.
Em 1891, casa com D. Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres d'Alvim de quem teve duas filhas.
Faleceu em 14 de Março de 1934.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Após ter feito o liceu no Colégio Luso-Britânico, foi admitido na Real Escola Naval em 10 de Dezembro de 1881.
Guarda-marinha, em 11 de Outubro de 1883, foi promovido quatro anos depois a segundo-tenente. Neste posto embarcou nas corvetas Bartolomeu Dias e Estefânia, na fragata D. Fernando, no transporte África e nas canhoneiras Tâmega, Liberal e Zaire. Nesta última, navegou até Macau, Timor e Moçambique, vindo a ser nomeado seu comandante interino em 1 de Abril de 1889.
Em Março de 1890, desempenha as funções de auxiliar técnico da Comissão de Limites no Congo, sendo agraciado com as condecorações da Ordem da Estrela Africana e com a medalha de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
É promovido a primeiro-tenente em Janeiro de 1891, passando a prestar serviço na Escola de Alunos Marinheiros, em Lisboa.
Em 1892, é nomeado governador de Moçambique por indicação do almirante Ferreira do Amaral. É obrigado a regressar a Portugal em virtude de ter contraído uma angina de peito.
Em 1893, transporta João Chagas, que vai cumprir pena de degredo, para Angola, a bordo do São Tomé.
Retoma o Governo de Lourenço Marques, cidade que defende dos ataques das populações africanas, em Setembro de 1894. Por essa acção é condecorado com o Colar da Torre e Espada.
É nomeado governador de Moçâmedes até Maio de 1896. Em 1902, volta ao mar para comandar as canhoneiras Diu e Vouga.
Em 16 de Junho de 1910, é promovido a capitão-de-fragata, passando a desempenhar o cargo de vogal da Comissão Técnica da Direcção-Geral de Marinha, funções que ainda desempenha quando é implantada a República.
Amaro de Azevedo Gomes, ministro da Marinha, nomeia-o, em 7 de Novembro, comandante da Escola de Alunos Marinheiros, em Leixões, cargo que desempenha em acumulação com a chefia do Departamento Marítimo do Norte. Nessas funções é louvado, em 20 de Janeiro de 1911, pela sua acção aquando das cheias do Norte ocorridas no final do ano.
Apesar de sempre se ter declarado como monárquico, em meados de 1913, é-lhe atribuído o comando do cruzador Adamastor, que foi buscar a Macau. A viagem constituiu uma verdadeira epopeia. Lisboa a Paris por caminho-de-ferro. Da França à Rússia, atravessando a Alemanha, utilizando o transiberiano, visitando, nomeadamente Petrogrado e Moscovo. Atravessa a China, última etapa antes de chegar a Macau. Na ida encontra-se com Sidónio Pais, em Berlim. Na volta recebe a bordo, em cerimónia oficial, Bernardino Machado, embaixador no Brasil.
É promovido a capitão-de-mar-e-guerra, em Julho de 1915, e nomeado de imediato comandante da Escola Prática de Artilharia Naval, instalada a bordo da fragata D. Fernando.
Já na gerência de Sidónio Pais é nomeado director dos Serviços do Estado-Maior Naval, sob a égide do almirante Álvaro Ferreira, então major-general da Armada.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após ter sido substituído no seu cargo, retoma a lógica da carreira militar. É promovido a almirante, pela Lei n.º 904, de 25 de Outubro de 1919. Passa a desempenhar as funções de chanceler da Ordem de Torre e Espada e de presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada. Passou à situação de reforma pelo Decreto de 30 de Setembro de 1932.
Como já foi referido, faleceu em 14 de Março de 1934.
Nasceu em Lisboa, filho do general José Ricardo da Costa Silva Antunes e de D. Maria da
Conceição do Canto e Castro Mascarenhas Valdez.
Em 1891, casa com D. Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres d'Alvim de quem teve duas filhas.
Faleceu em 14 de Março de 1934.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Após ter feito o liceu no Colégio Luso-Britânico, foi admitido na Real Escola Naval em 10 de Dezembro de 1881.
Guarda-marinha, em 11 de Outubro de 1883, foi promovido quatro anos depois a segundo-tenente. Neste posto embarcou nas corvetas Bartolomeu Dias e Estefânia, na fragata D. Fernando, no transporte África e nas canhoneiras Tâmega, Liberal e Zaire. Nesta última, navegou até Macau, Timor e Moçambique, vindo a ser nomeado seu comandante interino em 1 de Abril de 1889.
Em Março de 1890, desempenha as funções de auxiliar técnico da Comissão de Limites no Congo, sendo agraciado com as condecorações da Ordem da Estrela Africana e com a medalha de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
É promovido a primeiro-tenente em Janeiro de 1891, passando a prestar serviço na Escola de Alunos Marinheiros, em Lisboa.
Em 1892, é nomeado governador de Moçambique por indicação do almirante Ferreira do Amaral. É obrigado a regressar a Portugal em virtude de ter contraído uma angina de peito.
Em 1893, transporta João Chagas, que vai cumprir pena de degredo, para Angola, a bordo do São Tomé.
Retoma o Governo de Lourenço Marques, cidade que defende dos ataques das populações africanas, em Setembro de 1894. Por essa acção é condecorado com o Colar da Torre e Espada.
É nomeado governador de Moçâmedes até Maio de 1896. Em 1902, volta ao mar para comandar as canhoneiras Diu e Vouga.
Em 16 de Junho de 1910, é promovido a capitão-de-fragata, passando a desempenhar o cargo de vogal da Comissão Técnica da Direcção-Geral de Marinha, funções que ainda desempenha quando é implantada a República.
Amaro de Azevedo Gomes, ministro da Marinha, nomeia-o, em 7 de Novembro, comandante da Escola de Alunos Marinheiros, em Leixões, cargo que desempenha em acumulação com a chefia do Departamento Marítimo do Norte. Nessas funções é louvado, em 20 de Janeiro de 1911, pela sua acção aquando das cheias do Norte ocorridas no final do ano.
Apesar de sempre se ter declarado como monárquico, em meados de 1913, é-lhe atribuído o comando do cruzador Adamastor, que foi buscar a Macau. A viagem constituiu uma verdadeira epopeia. Lisboa a Paris por caminho-de-ferro. Da França à Rússia, atravessando a Alemanha, utilizando o transiberiano, visitando, nomeadamente Petrogrado e Moscovo. Atravessa a China, última etapa antes de chegar a Macau. Na ida encontra-se com Sidónio Pais, em Berlim. Na volta recebe a bordo, em cerimónia oficial, Bernardino Machado, embaixador no Brasil.
É promovido a capitão-de-mar-e-guerra, em Julho de 1915, e nomeado de imediato comandante da Escola Prática de Artilharia Naval, instalada a bordo da fragata D. Fernando.
Já na gerência de Sidónio Pais é nomeado director dos Serviços do Estado-Maior Naval, sob a égide do almirante Álvaro Ferreira, então major-general da Armada.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após ter sido substituído no seu cargo, retoma a lógica da carreira militar. É promovido a almirante, pela Lei n.º 904, de 25 de Outubro de 1919. Passa a desempenhar as funções de chanceler da Ordem de Torre e Espada e de presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada. Passou à situação de reforma pelo Decreto de 30 de Setembro de 1932.
Como já foi referido, faleceu em 14 de Março de 1934.
Sidónio Pais (1918 - 1918)
Sidónio Bernardino da Silva Pais
Nasceu em Caminha, distrito de Viana do Castelo, no dia 1 de Maio de 1872, filho de Sidónio Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Morreu vítima de um atentado, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Em 1888, inicia a carreira militar, entrando para a Escola do Exército e para a arma de Artilharia. É promovido a alferes em 1892, a tenente em 1895, e a capitão em 1906.
Paralelamente àquela, desenvolve uma outra, a de professor universitário, frequentando a Universidade de Coimbra e licenciando-se em Matemáticas em 1898. É nomeado professor catedrático da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral daquele estabelecimento de ensino superior e aceite como professor da Escola Industrial Brotero da qual virá a ser director em 1911.
Após a implantação da República é chamado para desempenhar os seguintes cargos:
Deputado à Assembleia Nacional Constituinte;
Ministro do Fomento do governo de João Chagas, desde 24 de Agosto de 1911;
Ministro das Finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, desde 7 de Novembro do mesmo ano;
Representante do Governo nas manifestações do primeiro aniversário da implantação da República, na cidade do Porto;
Ministro de Portugal em Berlim, desde 17 de Agosto de 1912, cargo que desempenhou até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra a Portugal.
Após o seu regresso a Portugal, assume-se como figura principal de contestação ao Governo democrático e encabeça o golpe de estado de 5 de Dezembro de 1917, que acaba vitorioso, após três dias de duros confrontos. Neste contexto vai desempenhar as funções seguintes:
Presidente da Junta Revolucionária, desde 8 de Dezembro de 1917;
Presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, desde 11 de Dezembro do mesmo ano;
Presidente da República, desde 27 de Dezembro, até nova eleição;
Presidente da República, eleito por sufrágio directo, desde 9 de Maio de 1918.
Durante o seu senado, são dignos de realce os seguintes factos:
Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre a Igreja e o Estado;
Em Março, é declarado o sufrágio universal;
Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La Lys,
Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a assinatura do armistício, em 11 de Novembro, nem a mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra correspondente ao acto vem melhorar a situação. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimónia da condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho, do qual consegue escapar ileso.
Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por José Júlio da Costa que o abateu a tiro, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
Nasceu em Caminha, distrito de Viana do Castelo, no dia 1 de Maio de 1872, filho de Sidónio Alberto Pais e de Rita da Silva Cardoso Pais. Morreu vítima de um atentado, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Em 1888, inicia a carreira militar, entrando para a Escola do Exército e para a arma de Artilharia. É promovido a alferes em 1892, a tenente em 1895, e a capitão em 1906.
Paralelamente àquela, desenvolve uma outra, a de professor universitário, frequentando a Universidade de Coimbra e licenciando-se em Matemáticas em 1898. É nomeado professor catedrático da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral daquele estabelecimento de ensino superior e aceite como professor da Escola Industrial Brotero da qual virá a ser director em 1911.
Após a implantação da República é chamado para desempenhar os seguintes cargos:
Deputado à Assembleia Nacional Constituinte;
Ministro do Fomento do governo de João Chagas, desde 24 de Agosto de 1911;
Ministro das Finanças do governo de Augusto de Vasconcelos, desde 7 de Novembro do mesmo ano;
Representante do Governo nas manifestações do primeiro aniversário da implantação da República, na cidade do Porto;
Ministro de Portugal em Berlim, desde 17 de Agosto de 1912, cargo que desempenhou até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra a Portugal.
Após o seu regresso a Portugal, assume-se como figura principal de contestação ao Governo democrático e encabeça o golpe de estado de 5 de Dezembro de 1917, que acaba vitorioso, após três dias de duros confrontos. Neste contexto vai desempenhar as funções seguintes:
Presidente da Junta Revolucionária, desde 8 de Dezembro de 1917;
Presidente do Ministério, ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, desde 11 de Dezembro do mesmo ano;
Presidente da República, desde 27 de Dezembro, até nova eleição;
Presidente da República, eleito por sufrágio directo, desde 9 de Maio de 1918.
Durante o seu senado, são dignos de realce os seguintes factos:
Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre a Igreja e o Estado;
Em Março, é declarado o sufrágio universal;
Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La Lys,
Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a assinatura do armistício, em 11 de Novembro, nem a mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra correspondente ao acto vem melhorar a situação. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimónia da condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho, do qual consegue escapar ileso.
Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por José Júlio da Costa que o abateu a tiro, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.
Bernardino Machado (1915 - 1917) e (1925 - 1926)
Bernardino Luis Machado Guimarães
Nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Março de 1851, filho de António Luís Machado Guimarães e da sua segunda esposa D. Praxedes de Sousa Guimarães.
Em 1860, a família regressa definitivamente a Portugal, fixando residência em Joane, concelho de Famalicão. O pai virá a ser o 1.º barão daquela localidade. Em 1872, aquando da sua maioridade, opta pela nacionalidade portuguesa.
Em 1882, casa com Elzira Dantas, filha do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira, de quem teve dezoito filhos.
Faleceu em 28 de Abril de 1944.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Concluídos os estudos secundários no Porto, matriculou-se, em 1866, na Universidade de Coimbra, onde cursou Matemática e Filosofia.
Em 1873, concluiu a licenciatura em Filosofia, apresentando e defendendo, em 14 de Janeiro de 1875, o trabalho que tinha como título Teoria Mecânica da Reflecção da Luz.
Em 28 de Fevereiro de 1877; foi nomeado professor da Faculdade de Filosofia, cargo para o qual tinha concorrido em 1876, apresentando um trabalho intitulado Teoria Matemática das Interferências.
Em 2 de Julho de 1877, alcançou o doutoramento com a tese Dedução das Leis dos Pequenos Movimentos da Força Elástica.
Em 17 de Abril de 1879, é nomeado lente catedrático de Filosofia, dividindo a sua acção pedagógica por várias cadeiras. A partir de 1883, passa a dirigir em exclusividade a cadeira de Antropologia. Nesse mesmo ano licenciou-se em Agricultura Geral Zootécnica e Economia Rural.
Em 1890 e 1894, é nomeado par do Reino pelo corpo de catedráticos da Universidade de Coimbra.
Em 1892, integra o Conselho Superior de Instrução Pública.
Dirigiu o Instituto Comercial e Industrial de Lisboa.
Representou Portugal nas Comemorações do Tricentenário de Cristóvão Colombo, realizadas em Madrid, e nas Jornadas do Congresso Pedagógico Hispano-Luso-Americano, também realizadas naquela capital.
Em 1894, foi presidente do Instituto de Coimbra.
Em 12 de Abril de 1897, preside ao Congresso Pedagógico, organizado pelo professorado primário e realizado em Lisboa.
Durante a crise académica de 1907, junta-se aos estudantes e por esse motivo é obrigado a pedir a demissão do cargo de lente da Universidade de Coimbra.
PERCURSO POLÍTICO
A actividade política de Bernardino Machado vai desenvolver-se segundo dois vectores principais, a sua acção no interior da Maçonaria e no desempenho de cargos públicos. No primeiro caso, inicia-se na Loja "Perseverança", em Coimbra, logo em 1874. Dentro do Grande Ocidente Lusitano irá ocupar os cargos seguintes:
Presidente do Conselho da Ordem, entre 1892 e 1895;
Grão-Mestre, entre 1895 e 1899;
Membro das lojas "Razão Triunfante", "Elias Garcia", "Fraternidade Colonial", em Lisboa, e "Fernandes Tomás", na Figueira da Foz;
Apoiante do Supremo Conselho do Grau 33, em 1914, quando da cisão do Movimento Maçónico, regressando no entanto ao Grande Oriente Lusitano Unido em 1920; - Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33, desde 1929 até à data da sua morte.
No que respeita à segunda vertente, a sua actividade política tem início em 1882, ao ser eleito deputado por Lamego, pelo Partido Regenerador.
Em 1886, é novamente eleito para o mesmo cargo, mas agora pelo círculo de Coimbra.
Em 1893, faz parte do governo de Hintze Ribeiro, ocupando a pasta de ministro das Obras Públicas. A sua acção vai incidir na elaboração da legislação protectora do trabalho das mulheres e dos menores. Data dessa época a Criação do Tribunal dos Árbitros Avindores, considerado por alguns autores o primeiro Tribunal de Trabalho.
Adere ao Partido Republicano em 31 de Outubro de 1903, presidindo ao directório, entre 1906 e 1909.
A partir da implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, é chamado para ocupar os mais altos cargos da hierarquia política do país, nomeadamente:
Ministro dos Negócios Estrangeiros no Governo Provisório;
Deputado à Câmara Alta até 1915;
Candidato à Presidência da República nas eleições de 24 de Agosto de 1911, em que é eleito Manuel de Arriaga por 121 votos contra 86;
Ministro e embaixador no Brasil, desde 20 de Janeiro de 1912;
Presidente do Ministério, ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior entre 9 de Fevereiro de 1914 e 23 de Junho do mesmo ano;
Presidente do Ministério e ministro do Interior desde aquela última data até 12 de Dezembro de 1914. Ministro da Justiça interino até 22 de Julho;
Presidente da República, eleito no escrutínio de 6 de Agosto de 1914 por 134 votos a favor contra 18 de Correia Barreto. Foi deposto na sequência do movimento comandado por Sidónio Pais e expulso do país. Após a queda do sidonismo regressa em força à actividade política;
Eleito senador em 1919;
Presidente do Ministério e ministro do Interior entre 2 de Março de 1921 e 23 de Maio do mesmo ano; ministro da Agricultura interino, no mesmo Ministério até 4 de Maio;
Candidato à Presidência da República em 1923, nas eleições de 6 de Agosto de 1923, em que foi eleito Manuel Teixeira Gomes por 121 votos contra 5 de Bernardino Machado;
Presidente da República, desde 1925, na sequência da resignação de Teixeira Gomes. Eleito por 148 votos. Não terminou o mandato que foi interrompido na sequência do movimento militar do 28 de Maio de 1926.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Depois de entregar os poderes presidenciais ao almirante Mendes Cabeçadas em 31 de Maio, manteve-se em Portugal até às derrotas das revoltas de 3 e 7 de Fevereiro de 1927, sendo então novamente expulso do País. Exilado primeiro na Galiza e posteriormente em França, continuou a lutar contra o regime vigente em Portugal.
Foi autorizado a regressar em Junho de 1940, na altura em que as forças nazis invadem a França. Proibido de residir em Lisboa, fixou residência no Alto Douro onde veio a falecer, em 28 de Abril de 1944, dia do 55.º aniversário de Oliveira Salazar.
Nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Março de 1851, filho de António Luís Machado Guimarães e da sua segunda esposa D. Praxedes de Sousa Guimarães.
Em 1860, a família regressa definitivamente a Portugal, fixando residência em Joane, concelho de Famalicão. O pai virá a ser o 1.º barão daquela localidade. Em 1872, aquando da sua maioridade, opta pela nacionalidade portuguesa.
Em 1882, casa com Elzira Dantas, filha do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira, de quem teve dezoito filhos.
Faleceu em 28 de Abril de 1944.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Concluídos os estudos secundários no Porto, matriculou-se, em 1866, na Universidade de Coimbra, onde cursou Matemática e Filosofia.
Em 1873, concluiu a licenciatura em Filosofia, apresentando e defendendo, em 14 de Janeiro de 1875, o trabalho que tinha como título Teoria Mecânica da Reflecção da Luz.
Em 28 de Fevereiro de 1877; foi nomeado professor da Faculdade de Filosofia, cargo para o qual tinha concorrido em 1876, apresentando um trabalho intitulado Teoria Matemática das Interferências.
Em 2 de Julho de 1877, alcançou o doutoramento com a tese Dedução das Leis dos Pequenos Movimentos da Força Elástica.
Em 17 de Abril de 1879, é nomeado lente catedrático de Filosofia, dividindo a sua acção pedagógica por várias cadeiras. A partir de 1883, passa a dirigir em exclusividade a cadeira de Antropologia. Nesse mesmo ano licenciou-se em Agricultura Geral Zootécnica e Economia Rural.
Em 1890 e 1894, é nomeado par do Reino pelo corpo de catedráticos da Universidade de Coimbra.
Em 1892, integra o Conselho Superior de Instrução Pública.
Dirigiu o Instituto Comercial e Industrial de Lisboa.
Representou Portugal nas Comemorações do Tricentenário de Cristóvão Colombo, realizadas em Madrid, e nas Jornadas do Congresso Pedagógico Hispano-Luso-Americano, também realizadas naquela capital.
Em 1894, foi presidente do Instituto de Coimbra.
Em 12 de Abril de 1897, preside ao Congresso Pedagógico, organizado pelo professorado primário e realizado em Lisboa.
Durante a crise académica de 1907, junta-se aos estudantes e por esse motivo é obrigado a pedir a demissão do cargo de lente da Universidade de Coimbra.
PERCURSO POLÍTICO
A actividade política de Bernardino Machado vai desenvolver-se segundo dois vectores principais, a sua acção no interior da Maçonaria e no desempenho de cargos públicos. No primeiro caso, inicia-se na Loja "Perseverança", em Coimbra, logo em 1874. Dentro do Grande Ocidente Lusitano irá ocupar os cargos seguintes:
Presidente do Conselho da Ordem, entre 1892 e 1895;
Grão-Mestre, entre 1895 e 1899;
Membro das lojas "Razão Triunfante", "Elias Garcia", "Fraternidade Colonial", em Lisboa, e "Fernandes Tomás", na Figueira da Foz;
Apoiante do Supremo Conselho do Grau 33, em 1914, quando da cisão do Movimento Maçónico, regressando no entanto ao Grande Oriente Lusitano Unido em 1920; - Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33, desde 1929 até à data da sua morte.
No que respeita à segunda vertente, a sua actividade política tem início em 1882, ao ser eleito deputado por Lamego, pelo Partido Regenerador.
Em 1886, é novamente eleito para o mesmo cargo, mas agora pelo círculo de Coimbra.
Em 1893, faz parte do governo de Hintze Ribeiro, ocupando a pasta de ministro das Obras Públicas. A sua acção vai incidir na elaboração da legislação protectora do trabalho das mulheres e dos menores. Data dessa época a Criação do Tribunal dos Árbitros Avindores, considerado por alguns autores o primeiro Tribunal de Trabalho.
Adere ao Partido Republicano em 31 de Outubro de 1903, presidindo ao directório, entre 1906 e 1909.
A partir da implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, é chamado para ocupar os mais altos cargos da hierarquia política do país, nomeadamente:
Ministro dos Negócios Estrangeiros no Governo Provisório;
Deputado à Câmara Alta até 1915;
Candidato à Presidência da República nas eleições de 24 de Agosto de 1911, em que é eleito Manuel de Arriaga por 121 votos contra 86;
Ministro e embaixador no Brasil, desde 20 de Janeiro de 1912;
Presidente do Ministério, ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior entre 9 de Fevereiro de 1914 e 23 de Junho do mesmo ano;
Presidente do Ministério e ministro do Interior desde aquela última data até 12 de Dezembro de 1914. Ministro da Justiça interino até 22 de Julho;
Presidente da República, eleito no escrutínio de 6 de Agosto de 1914 por 134 votos a favor contra 18 de Correia Barreto. Foi deposto na sequência do movimento comandado por Sidónio Pais e expulso do país. Após a queda do sidonismo regressa em força à actividade política;
Eleito senador em 1919;
Presidente do Ministério e ministro do Interior entre 2 de Março de 1921 e 23 de Maio do mesmo ano; ministro da Agricultura interino, no mesmo Ministério até 4 de Maio;
Candidato à Presidência da República em 1923, nas eleições de 6 de Agosto de 1923, em que foi eleito Manuel Teixeira Gomes por 121 votos contra 5 de Bernardino Machado;
Presidente da República, desde 1925, na sequência da resignação de Teixeira Gomes. Eleito por 148 votos. Não terminou o mandato que foi interrompido na sequência do movimento militar do 28 de Maio de 1926.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Depois de entregar os poderes presidenciais ao almirante Mendes Cabeçadas em 31 de Maio, manteve-se em Portugal até às derrotas das revoltas de 3 e 7 de Fevereiro de 1927, sendo então novamente expulso do País. Exilado primeiro na Galiza e posteriormente em França, continuou a lutar contra o regime vigente em Portugal.
Foi autorizado a regressar em Junho de 1940, na altura em que as forças nazis invadem a França. Proibido de residir em Lisboa, fixou residência no Alto Douro onde veio a falecer, em 28 de Abril de 1944, dia do 55.º aniversário de Oliveira Salazar.
Teófilo Braga (1915 - 1915)
Joaquim Teófilo Fernandes Braga
Nasceu a 24 de Fevereiro de 1843, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, filho de Joaquim Manuel Fernandes Braga, oficial do exército miguelista e posteriormente professor de Matemática e Filosofia, e de D. Maria José da Câmara Albuquerque, ambos descendentes de aristocratas, o primeiro descendente presumível de D. João V e a segunda talvez de D. Afonso III. A mãe morre, quando Teófilo tinha 3 anos de idade, e a sua morte e a má relação futura com a madrasta, com quem seu pai casa dois anos depois, vão marcar decisivamente o seu temperamento fechado e agreste.
Em 1868, casou com Maria do Carmo Xavier de quem teve três filhos. Tanto a sua esposa como os filhos faleceram muito jovens. Faleceu no seu gabinete de trabalho em 28 de Janeiro de 1924.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Para se afastar da influência da madrasta, começou por trabalhar na tipografia do jornal A Ilha, estendendo a sua colaboração aos jornais O Meteoro e O Santelmo.
Terminados os estudos em Ponta Delgada, ingressa na Faculdade de Coimbra, com a ideia de cursar Teologia, acabando, no entanto, por optar pelo curso de Direito.
Como a ajuda paterna fosse insuficiente, só graças às traduções, explicações, artigos e poemas conseguiu acabar o curso, defendendo tese e tomando capelo, em 1868, a pedido da própria Faculdade. Esta simpatia e apreço não evitaram que fosse preterido não só para o cargo de lente daquele estabelecimento de ensino, como também para o de professor da Escola Politécnica do Porto.
Em 1872, concorre a lente da cadeira de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras. Consegue desta vez assegurar o lugar superiorizando-se no confronto com Manuel Pinheiro Chagas e Luciano Cordeiro.
A partir desta época, o positivismo de Auguste Comte vai exercer uma influência decisiva na sua forma de pensar e consequentemente na sua obra literária e na sua atitude política. A partir de 1878, funda e dirige com Júlio de Matos a revista O Positivismo, o mesmo se passa em relação às revistas A Era Nova, em 1880, e Revista de Estudos Livres, a partir de 1884, mas desta vez em parceria com Teixeira Bastos.
Em 1880, junto com Ramalho Ortigão, organiza e coordena as comemorações do Tricentenário de Camões.
PERCURSO POLÍTICO
Em 1871, é um dos subscritores do projecto das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, interrompidas por acção das autoridades monárquicas.
Influenciado pelas teses sociológicas e políticas da teoria positivista, cedo adere aos ideais republicanos, podendo considerar-se como pertencendo à geração dos republicanos doutrinários. Nesta qualidade desenvolveu as actividades seguintes, nomeadamente:
- Candidato às eleições de Outubro de 1878, pelos republicanos federalistas;
- Membro do directório Republicano Português em 1890;
- Assina e colabora na elaboração do Manifesto Programa do PRP de 11 de Janeiro de 1891, que precede de três semanas a revolução de Janeiro de 1891;
-Membro efectivo do directório político, em 1 de Janeiro de 1910, conjuntamente com Basílio Teles, Eusébio Leão, José Cupertino Ribeiro e José Relvas;
-Deputado por Lisboa nas eleições de 28 de Agosto de 1910;
-Presidente do Governo Provisório republicano (Publicado em Diário do Governo de 6 de Outubro de 1910);
-Presidente da República em substituição de Manuel de Arriaga; exerceu o cargo no período compreendido entre 29 de Maio de 1915 e 4 de Agosto do mesmo ano.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após o mandato, Teófilo Braga, sozinho e solitário, em consequência da morte dos seus familiares mais chegados, dedicou-se quase em exclusivo à sua actividade de escritor.
Nasceu a 24 de Fevereiro de 1843, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, filho de Joaquim Manuel Fernandes Braga, oficial do exército miguelista e posteriormente professor de Matemática e Filosofia, e de D. Maria José da Câmara Albuquerque, ambos descendentes de aristocratas, o primeiro descendente presumível de D. João V e a segunda talvez de D. Afonso III. A mãe morre, quando Teófilo tinha 3 anos de idade, e a sua morte e a má relação futura com a madrasta, com quem seu pai casa dois anos depois, vão marcar decisivamente o seu temperamento fechado e agreste.
Em 1868, casou com Maria do Carmo Xavier de quem teve três filhos. Tanto a sua esposa como os filhos faleceram muito jovens. Faleceu no seu gabinete de trabalho em 28 de Janeiro de 1924.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Para se afastar da influência da madrasta, começou por trabalhar na tipografia do jornal A Ilha, estendendo a sua colaboração aos jornais O Meteoro e O Santelmo.
Terminados os estudos em Ponta Delgada, ingressa na Faculdade de Coimbra, com a ideia de cursar Teologia, acabando, no entanto, por optar pelo curso de Direito.
Como a ajuda paterna fosse insuficiente, só graças às traduções, explicações, artigos e poemas conseguiu acabar o curso, defendendo tese e tomando capelo, em 1868, a pedido da própria Faculdade. Esta simpatia e apreço não evitaram que fosse preterido não só para o cargo de lente daquele estabelecimento de ensino, como também para o de professor da Escola Politécnica do Porto.
Em 1872, concorre a lente da cadeira de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras. Consegue desta vez assegurar o lugar superiorizando-se no confronto com Manuel Pinheiro Chagas e Luciano Cordeiro.
A partir desta época, o positivismo de Auguste Comte vai exercer uma influência decisiva na sua forma de pensar e consequentemente na sua obra literária e na sua atitude política. A partir de 1878, funda e dirige com Júlio de Matos a revista O Positivismo, o mesmo se passa em relação às revistas A Era Nova, em 1880, e Revista de Estudos Livres, a partir de 1884, mas desta vez em parceria com Teixeira Bastos.
Em 1880, junto com Ramalho Ortigão, organiza e coordena as comemorações do Tricentenário de Camões.
PERCURSO POLÍTICO
Em 1871, é um dos subscritores do projecto das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, interrompidas por acção das autoridades monárquicas.
Influenciado pelas teses sociológicas e políticas da teoria positivista, cedo adere aos ideais republicanos, podendo considerar-se como pertencendo à geração dos republicanos doutrinários. Nesta qualidade desenvolveu as actividades seguintes, nomeadamente:
- Candidato às eleições de Outubro de 1878, pelos republicanos federalistas;
- Membro do directório Republicano Português em 1890;
- Assina e colabora na elaboração do Manifesto Programa do PRP de 11 de Janeiro de 1891, que precede de três semanas a revolução de Janeiro de 1891;
-Membro efectivo do directório político, em 1 de Janeiro de 1910, conjuntamente com Basílio Teles, Eusébio Leão, José Cupertino Ribeiro e José Relvas;
-Deputado por Lisboa nas eleições de 28 de Agosto de 1910;
-Presidente do Governo Provisório republicano (Publicado em Diário do Governo de 6 de Outubro de 1910);
-Presidente da República em substituição de Manuel de Arriaga; exerceu o cargo no período compreendido entre 29 de Maio de 1915 e 4 de Agosto do mesmo ano.
ACTIVIDADE PÓS-PRESIDENCIAL
Após o mandato, Teófilo Braga, sozinho e solitário, em consequência da morte dos seus familiares mais chegados, dedicou-se quase em exclusivo à sua actividade de escritor.
Manuel de Arriaga (1911 - 1915)
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira
Nasceu em 8 de Julho de 1840, na cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, ambos descendentes de famílias nobres açorianas.
Casou com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Leis, cedo manifestou simpatia pelas ideias republicanas, o que provocou um conflito insanável com o pai, que o deserdou e lhe deixou de custear os estudos. Para sobreviver e pagar a Faculdade, teve então de dar aulas de Inglês no liceu.
Em 1866, concorreu a leitor da décima cadeira da Escola Politécnica e da cadeira de História do Curso Superior de Letras. Não conseguindo a nomeação para qualquer delas, teve de continuar, agora em Lisboa, a leccionar a mesma disciplina de Inglês. Dez anos depois, em 26 de Agosto de 1876, já faz parte da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária. Simultaneamente, vai cimentando a sua posição como advogado, tornando-se um notável casuísta graças à sua honestidade e saber. Entre as várias causas defendidas destaca-se, em 1890, a defesa de António José de Almeida, após este ter escrito no jornal académico O Ultimatum, o artigo "Bragança, o último", contra o rei D. Carlos.
Na sequência dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, e para serenar os ânimos agitados dos estudantes da Universidade de Coimbra, é nomeado reitor daquela Universidade, tomando posse em 17 de Outubro de 1910.
PERCURSO POLÍTICO
Filiado no Partido Republicano, foi eleito por quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira. Em 1890, foi preso em consequência das manifestações patrióticas de 11 de Fevereiro, relativas ao Ultimato Inglês.
Em 1891, aquando da revolta de 31 de Janeiro, já fazia parte do directório daquele Partido, em conjunto com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo.
Nos últimos anos da monarquia, sofre um certo apagamento, dado que o movimento republicano tinha chegado, entretanto, à conclusão que a substituição do regime monárquico não seria levada a cabo por uma forma pacífica. Os republicanos doutrinários são, então, substituídos pelos homens de acção que irão fazer a ligação à Maçonaria e à Carbonária.
Depois da proclamação do regime republicano foi então chamado a desempenhar as funções de Procurador da República.
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
Foi eleito em 24 de Agosto de 1911, proposto por António José de Almeida, chefe da tendência evolucionista, contra o candidato mais directo, Bernardino Machado, proposto pela tendência que no futuro irá dar origem ao Partido Democrático de Afonso Costa. O escrutínio teve o seguinte resultado:
Manuel de Arriaga 121 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos
ACTIVIDADE PÓS PRESIDENCIAL
Manuel de Arriaga não conseguiu recuperar deste desaire, morrendo amargurado dois anos depois, em 5 de Março de 1917. Foi substituído pelo Dr. Teófilo Braga.
Nasceu em 8 de Julho de 1840, na cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, ambos descendentes de famílias nobres açorianas.
Casou com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade.
ACTIVIDADE PROFISSIONAL
Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Leis, cedo manifestou simpatia pelas ideias republicanas, o que provocou um conflito insanável com o pai, que o deserdou e lhe deixou de custear os estudos. Para sobreviver e pagar a Faculdade, teve então de dar aulas de Inglês no liceu.
Em 1866, concorreu a leitor da décima cadeira da Escola Politécnica e da cadeira de História do Curso Superior de Letras. Não conseguindo a nomeação para qualquer delas, teve de continuar, agora em Lisboa, a leccionar a mesma disciplina de Inglês. Dez anos depois, em 26 de Agosto de 1876, já faz parte da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária. Simultaneamente, vai cimentando a sua posição como advogado, tornando-se um notável casuísta graças à sua honestidade e saber. Entre as várias causas defendidas destaca-se, em 1890, a defesa de António José de Almeida, após este ter escrito no jornal académico O Ultimatum, o artigo "Bragança, o último", contra o rei D. Carlos.
Na sequência dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, e para serenar os ânimos agitados dos estudantes da Universidade de Coimbra, é nomeado reitor daquela Universidade, tomando posse em 17 de Outubro de 1910.
PERCURSO POLÍTICO
Filiado no Partido Republicano, foi eleito por quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira. Em 1890, foi preso em consequência das manifestações patrióticas de 11 de Fevereiro, relativas ao Ultimato Inglês.
Em 1891, aquando da revolta de 31 de Janeiro, já fazia parte do directório daquele Partido, em conjunto com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo.
Nos últimos anos da monarquia, sofre um certo apagamento, dado que o movimento republicano tinha chegado, entretanto, à conclusão que a substituição do regime monárquico não seria levada a cabo por uma forma pacífica. Os republicanos doutrinários são, então, substituídos pelos homens de acção que irão fazer a ligação à Maçonaria e à Carbonária.
Depois da proclamação do regime republicano foi então chamado a desempenhar as funções de Procurador da República.
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
Foi eleito em 24 de Agosto de 1911, proposto por António José de Almeida, chefe da tendência evolucionista, contra o candidato mais directo, Bernardino Machado, proposto pela tendência que no futuro irá dar origem ao Partido Democrático de Afonso Costa. O escrutínio teve o seguinte resultado:
Manuel de Arriaga 121 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos
ACTIVIDADE PÓS PRESIDENCIAL
Manuel de Arriaga não conseguiu recuperar deste desaire, morrendo amargurado dois anos depois, em 5 de Março de 1917. Foi substituído pelo Dr. Teófilo Braga.
Curiosidades da época: Iluminação das ruas
A ideia de iluminar as ruas de Lisboa foi do intendente da polícia Pina Manique, no reinado de D. Maria I.
Mas nessa época usavam-se candeeiros de azeite, que proporcionavam uma luz ténue, em todo o caso melhor do que nenhuma.
Mais tarde, o azeite foi substituído por óleo de purgueira ou de baleia, menos caro mas muito mal cheiroso, ou por petróleo.
Em 1848 apareceram os primeiros candeeiros de rua alimentados a gás.
Em 1878 inauguraram-se os primeiros candeeiros eléctricos no Chiado.
Eram só seis e foram motivo de pasmo e de muita discussão, pois como sempre acontece, houve quem desconfiasse da novidade e garantisse que fazia mal à saúde.
Apesar dos protestos, em 1889 inauguraram-se 38 candeeiros eléctricos na Avenida da Liberdade, mas só em 1902 se generalizou a iluminação eléctrica nas ruas.
No entanto, durante a Primeira República é que a electricidade foi ganhando lugar dentro de casa.
De início, apenas em casas ricas por ser considerada um luxo.
Mas em 1917, quando Portugal entrou na Primeira Guerra Mundial e foi preciso poupar energia, diminuiu-se a iluminação pública em Lisboa, pelo que as noites na capital voltaram a ser mais escuras e mais perigosas.
Revolução Republicana
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910.
Foi a primeira grande revolução portuguesa do século XX.
O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados.
Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos.
A revolução saiu vitoriosa.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República.
Assim terminou a Monarquia em Portugal.
Os republicanos, uma vez no poder, nomearam um Governo Provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga, para dirigir o País, enquanto não fosse aprovada a nova Constituição e eleito o primeiro Presidente da República.
Mas era necessário criar rapidamente na população a consciência da mudança e o espírito do regime republicano.
Foi a primeira grande revolução portuguesa do século XX.
O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados.
Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos.
A revolução saiu vitoriosa.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República.
Assim terminou a Monarquia em Portugal.
Os republicanos, uma vez no poder, nomearam um Governo Provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga, para dirigir o País, enquanto não fosse aprovada a nova Constituição e eleito o primeiro Presidente da República.
Mas era necessário criar rapidamente na população a consciência da mudança e o espírito do regime republicano.
Símbolos da República Portuguesa
Foram aprovados pelo Governo Provisório os símbolos da República Portuguesa:
- O Hino Nacional passou a ser "A Portuguesa" (que já era cantada pelos republicanos antes de 1910). A música do Hino Nacional foi escrita por Alfredo Keill e o texto por Henrique Lopes de Mendonça.
- Adoptou-se a bandeira vermelha e verde (que substituiu a azul e branca da Monarquia).
- O Hino Nacional passou a ser "A Portuguesa" (que já era cantada pelos republicanos antes de 1910). A música do Hino Nacional foi escrita por Alfredo Keill e o texto por Henrique Lopes de Mendonça.
- Adoptou-se a bandeira vermelha e verde (que substituiu a azul e branca da Monarquia).
A Bandeira Nacional está dividida em duas partes por uma linha vertical. A primeira parte é verde e constitui 2/5 da bandeira.
A segunda parte é vermelha e constitui 3/5 da bandeira.
No centro da linha vertical encontra-se um escudo com 7 castelos e 5 quinas a azul.
Á volta do escudo existe a esfera armilar a amarelo .
Aos diferentes símbolos ou cores da bandeira são atribuídos significados:
• As 5 quinas: Simbolizam os 5 reis mouros derrotados por D. Afonso Henriques na batalha de Ourique;
• Os 5 pontos brancos dentro de cada quina: Representam as 5 chagas de Cristo;
• Os 7 castelos: Simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso III conquistou aos Mouros;
• A esfera armilar: Representa o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram ideias e comércio;
• O verde: Simboliza a esperança;
• O vermelho: Simboliza a coragem e o sangue dos portugueses mortos em combate.
Constituição Republicana
Em 28 de Maio de 1911, durante a vigência do Governo Provisório, realizaram-se eleições para a formação da Assembleia Constituinte, a qual tinha como função fazer uma nova Constituição.
A 1ª Constituição Republicana foi aprovada em 19 de Agosto de 1911 e ficou conhecida pelo nome de Constituição de 1911.
A Constituição de 1911 determinava que o Parlamento era formado pelos deputados eleitos pela população que podia votar.
Só podiam votar os Portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever ou fossem chefes de família.
De 3 em 3 anos, faziam-se novas eleições para o Parlamento.
Competia ao Parlamento, para além de fazer leis, eleger e demitir o Presidente da República.
O Presidente da República só depois de tomar posse do cargo podia nomear o seu Governo (conjunto de ministros) de acordo com o partido que tivesse maior número de deputados no Parlamento.
Por tudo isto, podemos concluir que, na Constituição de 1911, o Parlamento era o órgão de soberania mais importante.
Em 24 de Agosto de 1911, o Parlamento elegeu para primeiro Presidente da República o Dr. Manuel de Arriaga.
A 1ª Constituição Republicana foi aprovada em 19 de Agosto de 1911 e ficou conhecida pelo nome de Constituição de 1911.
A Constituição de 1911 determinava que o Parlamento era formado pelos deputados eleitos pela população que podia votar.
Só podiam votar os Portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever ou fossem chefes de família.
De 3 em 3 anos, faziam-se novas eleições para o Parlamento.
Competia ao Parlamento, para além de fazer leis, eleger e demitir o Presidente da República.
O Presidente da República só depois de tomar posse do cargo podia nomear o seu Governo (conjunto de ministros) de acordo com o partido que tivesse maior número de deputados no Parlamento.
Por tudo isto, podemos concluir que, na Constituição de 1911, o Parlamento era o órgão de soberania mais importante.
Em 24 de Agosto de 1911, o Parlamento elegeu para primeiro Presidente da República o Dr. Manuel de Arriaga.
A 1ª República
O cargo de Presidente durante a 1ª República foi desempenhado pelas seguintes personalidades: ( aparecem por ordem cronológica de mandato)
• Manuel José de Arriaga
• Joaquim Teófilo Fernandes Braga
• Bernardino Luís Machado Guimarães
• Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais
• João do Canto e Castro da Silva Antunes
• António José de Almeida
• Manuel Teixeira Gomes
• Bernardino Luís Machado Guimarães
• José Mendes Cabeçadas Júnior
As principais medidas no domínio da educação e do trabalho:
• criaram o ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos;
• tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os 10 anos;
• criaram novas escolas do ensino primário e técnico;
• fundaram "escolas normais" destinadas a formar professores primários;
• criaram as Universidades de Lisboa e Porto (ficando o país com três universidades: Lisboa, Porto e Coimbra).
Muitas das medidas tomadas não tiveram o resultado que se esperava, por falta de meios financeiros. Em 1920, mais de metade da população portuguesa continuava analfabeta.
• Em 1910 foi decretado o direito à " greve";
• Em 1911 estabeleceu-se a obrigatoriedade de um dia de descanso semanal;
• Em 1919 decretou-se, para todo o território do continente e ilhas adjacentes, as 8 horas de trabalho diário e 48 horas de trabalho semanal e passou-se a exigir o seguro social obrigatório contra desastres no trabalho.
• Manuel José de Arriaga
• Joaquim Teófilo Fernandes Braga
• Bernardino Luís Machado Guimarães
• Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais
• João do Canto e Castro da Silva Antunes
• António José de Almeida
• Manuel Teixeira Gomes
• Bernardino Luís Machado Guimarães
• José Mendes Cabeçadas Júnior
As principais medidas no domínio da educação e do trabalho:
• criaram o ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos;
• tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os 10 anos;
• criaram novas escolas do ensino primário e técnico;
• fundaram "escolas normais" destinadas a formar professores primários;
• criaram as Universidades de Lisboa e Porto (ficando o país com três universidades: Lisboa, Porto e Coimbra).
Muitas das medidas tomadas não tiveram o resultado que se esperava, por falta de meios financeiros. Em 1920, mais de metade da população portuguesa continuava analfabeta.
• Em 1910 foi decretado o direito à " greve";
• Em 1911 estabeleceu-se a obrigatoriedade de um dia de descanso semanal;
• Em 1919 decretou-se, para todo o território do continente e ilhas adjacentes, as 8 horas de trabalho diário e 48 horas de trabalho semanal e passou-se a exigir o seguro social obrigatório contra desastres no trabalho.
O movimento sindical
Com as primeiras greves, os trabalhadores começaram a ter consciência da força que tinham quando se uniam e lutavam em conjunto.
Depois de proclamada a República, surgiram inúmeras associações de trabalhadores ou sindicatos.
Os sindicatos tinha como objectivo defender os interesses dos seus associados.
Em 1914 fundou-se a União Operária Nacional, que tentava unir vários sindicatos numa luta comum. E, em 1919, a União Operária Nacional foi substituída pela Confederação Geral do Trabalho (C.G.T.), a qual conseguiu unir a maior parte dos sindicatos do País e organizar grandes greves gerais.
Apesar de todo o movimento sindical durante a 1ª. República, as desigualdades sociais permaneciam.
A instabilidade governativa
Durante a 1ª. República, entre 1910 e 1926, Portugal viveu um período de grande instabilidade governativa.
Tanto o Presidente da República como o Governo, para não serem demitidos, precisavam de ter no Parlamento uma maioria de deputados que os apoiasse.
Isso raramente acontecia porque os deputados ao Parlamento estavam frequentemente em desacordo.
Por isso, em 16 anos, Portugal teve 8 Presidentes da República e 45 Governos.
A maioria dos Presidentes não cumpriu os 4 anos de mandato que a Constituição estipulava.
E os Governos eram substituídos constantemente, não chegando a ter tempo de concretizar medidas importantes para o desenvolvimento do País.
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